A indústria da doença e o mercado da $aúde
Incrível a ignorância como é tratada a questão da saúde no Brasil. Na reportagem do #Fantástico ontem a noite, sobre as superbactérias, ficou evidente a negligência da população (e talvez dos próprios profissionais da saúde) quanto às capacidades e o potencial do corpo humano.
Nosso organismo é praticamente uma máquina de matar vírus e bactérias. Desde que lhe sejam fornecidas a munição necessária, ele extermina os agentes nocivos que tentam atacá-lo.
Considerar que o nosso corpo é uma vítima dos vírus e bactérias é inverter a natureza. Na verdade os vírus e bactérias deveriam ser consideradas as vítimas do nosso organismo. Elas são muito mais frágeis que um organismo humano saudável.
O uso indiscriminado de antibióticos é fruto deste tipo de pensamento: durante a reportagem em nenhum momento foi citada a importância de uma alimentação saudável, de exercício físico, de descanso e da alegria, que são elementos básicos para que o corpo se arme e aniquile os invasores.
Nosso organismo é projetado e preparado para funcionar em ambientes repletos de vírus e bactérias, até porque o mundo não é um ambiente estéril! Muito pelo contrário, ele é repleto de vida, das mais variadas formas! Considerar o organismo humano como uma máquina morta e indefesa, que depende de medicamentos e da esterilização do ambiente para se manter funcionando é uma ilusão que só leva as pessoas a ficarem ansiosas, desenvolverem paranoias e ficarem cada vez mais vulneráveis a estes agentes nocivos.
Certamente a higiene tem a sua importância sim, pois a resistência do nosso organismo tem um limite. Porém, temos total capacidade de estender os limites e ampliar as capacidades do nosso organismo, fazendo-o resistente a ponto de lidar com um número maior de invasores sem depender de “proteção artificial”.
Fazendo uma analogia com o futebol: precisamos nos defender, mas ficar na “retranca” não garante que venceremos as bactérias e vírus. E empate também não é vitória. Só ganha quem ataca. E só ataca quem tem preparo. Preparar o organismo é ganhar em qualidade de vida.
Aliás, essa “proteção artificial” é um mercado muito pró$pero. A gama de produtos que prometem nos proteger de vírus e bactérias é enorme, assim como os lucro$ deste mercado. Podemos viver financiando a indústria da doença em detrimento da saúde do nosso corpo.
Outro fato que aconteceu semana passada me deixou revoltado. A atitude de um médico do SUS foi totalmente imbecil do meu ponto de vista. Um amigo meu, que tem um histórico de asma desde a infância, já fazia anos que não consultava um médico para readequar a dose dos medicamentos. Chegando à consulta foi questionado sobre “qual o sintoma ele tinha” e ele respondeu que “não tinha nenhum sintoma, só queria fazer um check up”. E que também desejava consultar um oftalmologista, já que lê bastante e eventualmente tem desconforto visual após ler. O médico praticamente o xingou e o mandou embora. Não o examinou nem ao menos fez a ausculta do sistema cardiorrespiratório ou aferição da pressão arterial. Muito menos fez a requisição para um exame oftalmológico. Ou seja:
"saúde preventiva no Brasil é piada. Saúde curativa é voto. E doença é dinheiro."
Infelizmente a grande maioria do povo é complacente com este tipo de “tratamento” e com este conceito de “saúde”. E desconhece que uma boa saúde e uma boa qualidade de vida estão muito além daquilo o brasileiro comum experimenta hoje em dia.
Partindo do pensamento quiroprático, percebe-se claramente o grande abismo que há entre os conceitos de saúde pública vigentes no Brasil e o que realmente é saúde e tratamento em saúde. Espero que cada vez mais as pessoas se importem com sua saúde e busquem melhorar sua qualidade de vida para que vivamos um uma sociedade mais justa de respeito consigo mesmo e com o próximo.
Para finalizar: há alguns dias dias, assistindo a reportagem do Jornal do Almoço sobre a inauguração do novo hospital na Restinga (em POA), o político deixou escapar algo do tipo: “esperamos que em breve muitas pessoas entrem por esta porta para serem atendidas pelo nosso novo hospital”. Ou seja, o político (e talvez o profissional da saúde) torce para que as pessoas fiquem doentes, para então poder “cuidar” da sua “saúde”. O que se deveria desejar e buscar em termos de saúde pública é que ninguém precisasse entrar pela porta de um hospital. Que todos cidadãos fossem instruídos e capacitados para cuidar de sua saúde, prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida. Mas...
"...prevenção não dá voto. Saúde não dá dinheiro. O que move a saúde pública no Brasil é doença. E quanto mais doença, mais votos. E quanto menos saúde, mais lucros."
E você, é um financiador da “indústria da doença”? Ou respeita o próprio corpo e investe TEMPO e dinheiro em qualidade de vida? Cuide-se, pois ninguém está mais interessado na sua saúde que você mesmo e a sua família.